Só precisamos de “Arroz-Feijão” bem feito!
O que seria preciso para se destacar em algo que se faz? Como ser melhor? (Não digo nem “o” melhor, mas apenas fazer o seu melhor). Como ser notado?
As respostas para essas perguntas nos direcionam para o outro, ou seja, para a competição. Sempre estamos querendo fazer mais e melhor que alguém. Sempre estamos querendo inovar, mesmo sem saber, muitas vezes, o que isso quer dizer. A inovação não necessariamente está ligada a invenção de algo novo. Podemos inovar na maneira como são feitas as coisas. Podemos fazer diferente. Podemos fazer melhor. Podemos fazer mais rápido. Enfim, temos uma lacuna gigantesca para preencher no nosso dia a dia. Então por que sempre estamos queremos pular etapas e fazer algo que nos projete com resultado acima da média?
Ah, a média! Se realmente parássemos para analisar nossa média aqui no Brasil, não iríamos gostar mais do elogio: “você é acima da média!”. É fácil notar que a maioria dos colaboradores de uma empresa trabalha isolada, com pouca integração com outras áreas e com grande dedicação em quantidade de horas trabalhadas: “aqui, trabalha-se muito” quando deveria ser “aqui, trabalha-se bem”.
O fato é que precisamos saber o que fazer e depois fazer isso bem. Mas como ter eficácia se não temos tempo sequer de olhar pra frente e planejar nossas tarefas?
De posse dessas dúvidas, conversei com vários profissionais, de áreas diferentes, muitos deles amigos de muitos anos, e notei que o bom desempenho, o destaque, a notoriedade de uma pessoa vinha de duas maneiras: lances geniais derivados da alta capacidade, mas que não eram tão comuns à maioria das pessoas, ou simplesmente desempenho excepcional no cumprimento da rotina.
Segundo definição, rotina é uma sequencia de procedimentos, de costumes habituais. O que pode ser entendido também como fazer algo sempre do mesmo modo, mecanicamente. Obviamente dessa maneira não atingiremos o desempenho excepcional.
Nos dias de hoje, no meio dessa avalanche de informações, mal conseguimos ter uma rotina, quanto mais fazer com ela seja equilibrada e eficiente. Estamos, a todo o momento, correndo atrás do urgente. Não temos mais tempo para o importante. O que quero dizer é que se estamos sempre olhando para o agora, apagando incêndios como se diz por aí, não conseguiremos erguer a cabeça e olhar para frente, para o que é importante.
Ter um desempenho excepcional pode ser simples, o que não quer dizer fácil. Manter a paixão por aquilo que faz pode manter o foco no que é importante e ajudar a melhorar muito os resultados. Outras ações poderiam ser:
Entender o processo em que está inserido: traduzindo seria saber quem ajuda ou atrapalha sua entrega e quem você ajuda ou atrapalha com ela;
Conhecer pessoas: sair da sala e conversar com as pessoas envolvidas. Você irá se surpreender com a diferença, ao telefone por exemplo, quando se conhece o rosto da pessoa com que está falando;
Estar pronto para aprender: todo mundo tem algo a ensinar. Não desperdice a oportunidade;
Tomar a iniciativa: não esperar o mundo melhorar para começar a fazer. Se arrisque!
Ter um método: se organizar antes de qualquer atividade produz excelentes resultados (“como fazer”);
Ir até o fim: o que deve ser delegado é a tarefa, não a responsabilidade. As entregas devem ser monitoradas e cobradas;
Saber dizer não: não se trata de insubordinação e sim de priorização de tarefas.
Talvez não precisemos de tantos gênios por aí. Talvez não precisemos descobrir nenhum atalho ou fórmula mágica para o sucesso. Nos dias de hoje, com tanta informação e tanta necessidade de estar acima da média, talvez o que precisemos seja ter mais gente fazendo excepcionalmente o seu trabalho, a sua rotina. Talvez precisemos fazer melhor o nosso “arroz-feijão”.
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